
Foram o caminho possível e necessário. Muitas vezes um caminho agradável como a beira-mar, com a areia afundando macio entre os dedos e a água fresca a relaxar a alma. Outros tantos foram suficientemente firmes, como uma estrada. E outros ainda, foram subidas íngremes, a me exigir fôlego extra, escorregões e tropeços. Esses reforçaram as minhas pernas, meus alicerces...
Hoje, olho ao redor e ao espelho, e me sinto serena. Conquistei aquilo que mais desejei e tive a sorte de receber do alto ainda mais e melhor do que havia pedido.
Sem perfeição, sem falsas ilusões, sem fantasias demasiadas.
Uma vida suficientemente boa, nem mais nem menos, na medida certa para o meu crescimento e realização.
Nem por isso pensem que me acomodo. Não, ainda tenho muitos planos, sonhos, buscas... e esperança.
Talvez eu já tenha vivido pouco mais da metade da minha vida, se tiver sorte. Uma ótima metade, por sinal.
Isso me proporciona um certo currículo pra novas experiências e algumas chances de sucesso nessa empreitada. Os fracassos também serão benvindos, fazem parte do processo.
A essência é que possa chegar aos 90 com alegria e ternura, tendo boas coisas a contar aos netos e talvez bisnetos.
E que no momento da minha partida, imitando nosso poetinha Vinícius, eu possa me dizer da vida que tive: não foi imortal, posto que é chama, mas foi infinita enquanto durou.
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