segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

a coragem de crescer

Tempo de refletir, de pensar sobre as coisas vividas neste ano...
Tempo de reavaliar a embarcação, corrigir a rota, planejar novos portos,
segurar firme leme e velas pra nos levar ao nosso destino
Muitas viagens novas realizadas e sonhos à muito acalentados tornaram-se reais.
Finalização de processos que pareciam intermináveis e abertura de novos, que apesar de inicialmente dolorosos, trouxeram a alegria de uma coragem até então desconhecida.
Aprendizado na conquista de uma paz bem no olho do furacão, na descoberta de que ela é feita das nossas certezas e convicções, valores tão profundos que guerra alguma poderá sobrepujar.
Encontros de infinita grandeza, capazes de transbordar afeto por todos os lados.
Crescer exige coragem e neste balanço de 2009 posso agradecer a mim mesma e à Vida,
por encontrá-la bem no meio do meu medo, enfrentado olho no olho, frente à frente,
sem subterfúgios ou prepotências.
Chego à nova década inteira, mais fortalecida, mais madura, mais serena...

domingo, 20 de dezembro de 2009

arejando desejos

Surpreender-se.
Essa capacidade de encontrar e se encantar com algo novo, desconhecido e fascinante.
Despertar aquela curiosidade ingenua que guardamos dentro da gente.
Uma confiança plena de que a vida vale a pena,
de que estamos amparados por uma rede invisível e protetora,
que nos abraça amorosamente e afasta qualquer perigo
ou sequer nos faz lembrar dele.
Olhar o mundo com olhos de descobrimento, a querer tocá-lo,
sentindo-o com todos os sentidos.
Enlaçar afetos com o sorriso.
Estender mão e colo generosamente.
Escutar com interesse e devoção.
Amar apaixonadamente o outro
e mansamente a si mesmo.
Viver com a sofreguidão dos sedentos,
sorvendo cada gota de existencia.
Sonhar o impossível, para surpreender-se com o real ainda melhor...

Pequenos desejos de uma noite de verão,
véspera de um amanhecer chamado 2010.


sábado, 19 de dezembro de 2009

tempo

Por Airton Luiz Mendonça
(Artigo do jornal O Estado de São Paulo)
O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.
Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília,
sem portas ou janelas, sem relógio.... você começará a perder a noção do tempo.
Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações
internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.
Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos,como o nascer e o pôr do sol.
Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:
Nosso cérebro é extremamente otimizadoEle evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.
Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.
Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade.
Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo.
É quando você se sente mais vivo.
Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas.
Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.
Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.
Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.Como acontece?
Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa , no lugar de repetir realmente a experiência).
Ou seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente.
Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa são apagados de sua noção de passagem do tempo.
Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.
Conforme envelhecemos as coisas começam a se repetir - as mesmas ruas,pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações, -....enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo.
Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.
Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a...
ROTINA
A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.
Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque).
Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos.
Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.
Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).
Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais.
Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá
a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.
Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.
Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.
Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes.
Seja diferente.
Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos..... em outras palavras...... V-I-V-A. !!!
Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo.
E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí.
Cerque-se de amigos.
Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes.
Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?
Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

tim tim

Esta noite quero brindar:
a alegria e a tristeza
a amizade e a inimizade
a saúde e a falta dela
o trabalho e o ócio
os ganhos e as perdas
o caminho e as pedras
as lições aprendidas
e os murros em ponta de faca
a coragem e o medo
a verdade e o engano
os acertos e os erros
a ponte e o abismo
a plenitude e o vazio
a vida e a eternidade
o amor e o amor
sempre o amor...

Sem cada um deles
eu não estaria aqui,
desse jeito,
nesse momento,
único.
Feito de
PAZ.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Um Presente para o Futuro



Ela devia ter cerca de 8 ou 9 anos quando junto à um querido amigo criou a Turma da Pésada, um grupo bastante integrado que estava sempre inventando atividades, jogos, brincadeiras na escola. Daí surgiu um layout com o desenho de um pé e logo depois criou o Pésada News, jornalzinho com os informes de interesse da garotada.

Essa foi a sua primeira aventura criativa pelos caminhos da escrita.

Ontem minha filha Mariana deu à luz, após um trabalho de parto longo e exaustivo, ao seu Trabalho de Conclusão do Curso de Marketing da USP. A temática, como não poderia deixar de ser, envolve questões relacionadas ao esporte, sua grande paixão. Foram 4 anos de esforço, sobretudo para percorrer diariamente distâncias kilométricas somada ao trânsito enlouquecedor de São Paulo. Conciliar com o estágio, do outro lado da cidade, consumiram suas energias de atleta experiente. Superar diversas cirurgias e uma maratona de fisioterapia diária durante anos foi tarefa gigantesca.

Mas quando se trata de desafio e superação minha filha é doutora Phd. Não tem pra ninguém...

Filha, voce construiu um Presente para o seu Futuro. Merece todas as honras e todos os brindes e todos nós ,que te amamos ,sentimos um imenso orgulho da pessoa linda que voce é.

Parabéns!!!!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

completude


Estamos acostumados com a idéia da falta, da perda e da quase impossibilidade de alcançar desejos e metas por deficiência de recursos, especialmente os internos. Como se o copo nunca ficasse cheio pela falta de líquido para completa-lo. Estar aquém nos inquieta e angustia e todos conhecemos bem esta sensação.
Mas também existe o oposto. Possuir muito mais recursos à oferecer do que a possibilidade de realizá-los ou de alguém disposto a receber. Ter mais líquido do que aquele copo comporta e esse transbordamento significar um triste desperdício. Pode-se pensar em encher outro copo ou guardar, conter para outra ocasião. Mas esse não era o desejo real, aquele manancial de recursos voce ansiava designar àquele fim e não à outro.
Tanto quanto a falta, o que inadequadamente chamemos de excesso, causa angústia, frustação, desamparo. Digo inadequado porque para quem é possuidor desse manancial, não o sente como excesso, apenas como seu repertório. Pode ser criatividade, inteligencia, amorosidade, generosidade entre outras. Ter de conter, reprimir torna-se tarefa muitas vezes insustentável, a causar sofrimento.
Como lidar com essa dor? Assim como a falta busca ser preenchida, esse manancial precisa de um espaço que lhe dê continência. Espaço suficientemente bom. Esperá-lo pacientemente, ao invés de desperdiçar. Ou quem sabe encontrar novas possibilidades de realização. Outros rios por onde possa fluir livremente sem represar tanta potencialidade. Adaptações necessárias, embora frustantes...

domingo, 13 de dezembro de 2009

ciclos


Domingo chuvoso...
convite ao recolhimento
ao nosso lar
à nossa morada
interior
aos pensamentos
vagando melancólicos
como o tempo lá fora

Dias tão necessários
como aqueles de sol
num céu profundo
a despertar alegria
e nos convidar
à espaços mais amplos
ao encontro do outro

Ciclos alternados
em busca do equilíbrio
da vivência madura
dos nossos opostos
dois lados da mesma moeda
valorosamente humana


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

paradoxo


"...Se prepare
não se assuste
não me apague
talvez voce se depare
com seu medo
bem no meio de sua coragem."

(Elisa Lucinda)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

morre lentamente...


"Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um feito muito maior que o simples fato de respirar. Somente a ardente paciência fará com que conquistemos uma esplêndida felicidade."
(Pablo Neruda)

Quero viver profundamente,
de modo apaixonado e sereno...
E definitivamente deixar morrer
aquilo que já não me serve mais,
que não me faz mais sentido,
que é vazio de significado,
que há muito deixou de existir dentro de mim...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

dignidade

Hoje encontrei uma paciente soropositiva que atendi a muitos anos atrás. Ela logo me reconheceu e abriu seu sorriso acolhedor. Para ajudar na sua sobrevivencia ela fez um curso de confecção de Pão de Mel e sempre vende no ambulatório. Uma amiga enfermeira, certo dia, foi de surpresa em sua casa para buscar uma encomenda. Encontrou-a toda paramentada, com touca, luva, avental e máscara, numa cozinha muito simples, mas impecavelmente limpa, fazendo seus pães. São de um capricho digno daquelas lojas de chocolate super chiques, de shopping sabe? E deliciosos.
Me contou que perdeu seu filho de 18 anos a pouco tempo, dizendo-se resignada pois "ele está ao lado de Deus". Estava acompanhada de sua filha, uma menina bonita de 9 anos aproximadamente, cega... Uma mulher de fibra, extremamente humilde mas de uma riqueza de espírito rara. Muito educada, gentil e simpática com todos.

Problemas? Tenho, claro, como todo mundo. Mas insignificantes como grãos de areia perto de tanta realidade árida como essa. E que a coragem e dignidade de pessoas como ela transformam em Vida.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

alegria


Momentos felizes são presentes pra alma.

Tão simples, não exigem nada, nem dinheiro, nem planejamento,

nem hora marcada; sem pretensão nenhuma nem elaboração complicada.

Surgem espontaneamente,

num encontro casual que enriquece o dia, a semana.

Alegria leve feita de afeto compartilhado,

da vontade de rir junto, de rir de si mesmo, de rir da vida...

domingo, 6 de dezembro de 2009

amor tornado visível


Então, um lavrador disse: "Fala-nos do Trabalho." E ele respondeu, dizendo:
"Vós trabalhais para vos manter no compasso da terra e da alma da terra. Pois ser indolente é intrometer-se nas estações, e afastar-se da procissão da vida, que segue majestosa e orgulhosamente submissa, rumo ao infinito.
Ao trabalhardes, sois uma flauta cujo coração o murmúrio das horas atravessa e transforma-se em música. Quem de vós permaneceria silente como o junco quando tudo ao redor canta em uníssono?
Sempre vos disseram que o trabalho é uma sina e a labuta um infortúnio.
Mas eu vos digo que, ao trabalhardes, estais realizando o sonho mais longínquo da terra, a vós designado quando nasceu,
E, apegando-se à labuta, estareis amando verdadeiramente a vida,
E quem ama a vida através do trabalho compartilha do seu segredo mais íntimo.
Mas se em vossas dores dizeis que o nascimento é uma aflição, e as necessidades da carne uma sina, inscrita em vossa fronte, então respondo que nada, além do vosso suor, lavará esse estigma.
Disseram-vos também que a vida são trevas; e em vossa fadiga repetis o que disseram os fatigados.

E eu vos digo: a vida são mesmo trevas, salvo quando há ímpeto,
E todo ímpeto é cego, salvo quando há conhecimento,
E todo conhecimento é vão, salvo quando há trabalho,
E todo trabalho é vazio, salvo quando há amor;
E quando trabalhais com amor, estais unindo-vos a vós próprios, e uns aos outros, e a Deus.

E o que é trabalhar com amor?
É tecer o pano com o fio de vosso coração, como se vosso bem-amado fosse mesmo trajá-lo.
É construir uma casa com afeto, como se vosso bem-amado fosse mesmo habitá-la.
É plantar as sementes com ternura e fazer a colheita com alegria, como se vosso bem-amado fosse mesmo comer as frutas.
É impregnar tudo que fazeis com o sopro de vossa própria alma,
E saber que todos os mortos abençoados estão vos observando de perto.
Muitas vezes ouvi-os dizer, como se falásseis em vosso sono: 'Aquele que trabalha com o mármore, e encontra na pedra a forma de sua própria alma, é mais nobre do que aquele que ara o solo. E aquele que toma o arco-íris para estendê-lo sobre a tela à semelhança do homem é mais do que aquele que faz sandálias para calçar nossos pés.'
Porém eu vos digo, não em sono, mas em plena vigília do meio dia, que o vento não fala com mais doçura ao carvalho gigante do que à menor das hastes da relva; E só é grandioso aquele que transforma, com seu próprio amor, o murmúrio do vento em música ainda mais serena.

O trabalho é amor tornado visível.
E se não podeis trabalhar com amor, mas somente com dissabor, é melhor abandonar vosso trabalho e ir sentar-vos à porta do templo à espera de esmolas daqueles que trabalham com alegria. Pois se fazeis o pão com indiferença, vós os fazeis amargo, incapaz de saciar a fome do homem. E se tendes rancor ao amassar a uva, vosso ressentimento destila veneno no vinho. E ainda que cantais como anjos, mas não amais vosso canto, impedis que o homem ouça as vozes do dia e da noite."

(O Profeta - Kahlil Gibran)

Esta é pra mim uma das descrições mais belas e significativas sobre o trabalho. Neste domingo à noite, prestes a começar mais uma semana de trabalho, me pergunto: será que tenho colocado amor no meu trabalho diário? Será que permito que os dissabores tornem amargo aquilo que faço ou consigo adoçar com alegria e ternura a mais singela tarefa?
Formular as perguntas certas é um constante aprendizado. Ainda maior do que encontrar as respostas...

sábado, 5 de dezembro de 2009

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

carta de luz

"Para Carla: Amada irmãzinha em Cristo, a vida nem sempre cumpre os parâmetros que estabelecemos. Muitas vezes ela nos surpreende com obstáculos que supúnhamos não existir, mas em nenhum momento isso acontece para nos tornar fracos. Por tantas vezes não conseguimos despertar para caminhos outros senão aqueles aos quais nos acostumamos e os problemas vêm nos impor novos caminhos. Querida companheira em Cristo, nada vale o desânimo. O pior mal aos nossos olhos, torna-se benefício pelas mãos de Deus. Onde enxergamos ruínas Deus levanta novas construções. Onde não encontramos caminhos Deus abre estradas. Cumpra o sagrado mandato de viver amando e servindo sempre, sem esquecer que não basta darmos. Se faz imperioso que o próximo queira receber o que ofertamos. A caminhada de cada um é campo restrito de autonomia de cada alma. Confie e siga. Jesus proverá. Fique em paz." Martins Fontes (carta psicografada por Eulália Bueno)

sou mistério

Convite

Não sou a areia
onde se desenha um par de asas
ou grades diante de uma janela.
Não sou apenas a pedra que rola
nas marés do mundo,
em cada praia renascendo outra.
Sou a orelha encostada na concha
da vida, sou construção e desmoronamento,
servo e senhor, e sou
mistério

A quatro mãos escrevemos este roteiro
para o palco de meu tempo:
o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos
a sério.
(Lya Luft)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

casamentos


Somos polígamos por natureza.
Não me refiro às questões de fidelidade, um capítulo à parte, muito extenso, polêmico e consequentemente delicado.
Mas vivemos inúmeros casamentos durante a vida, além daquele convencionalmente conhecido. Construímos diversas parcerias a começar do nosso primeiro e mais significativo amor, nossa mãe. Nas amizades, nos trabalhos escolares, nas sociedades de empresas, na equipe profissional, com filhos, na análise, no médico, com a secretária, com a empregada, enfim nas relações estáveis (entenda-se na duração de um tempo suficientemente necessário ao estabelecimento de uma relação significativa).
O maior deles, único a sabermos que realmente vai durar pra toda vida, é o casamento consigo mesmo.
E assim como naqueles outros, há de existir parceria, investimento, cumplicidade e lealdade.
E o enfrentamento do inimigo oculto a sutilmente sabotar o parceiro (tão comuns no casamento formal).
Se neste encarar de frente houver entendimento e firmeza este casamento estará fadado ao sucesso, num processo contínuo de evolução.
Se houver fraqueza e submissão, permitindo a tirania desse inimigo interno, esse poder destrutivo acabará por causar uma cisão onde a própria existencia enquanto indivíduo, poderá fracassar.

Desejo à voce um casamento intimamente próspero, a enriquecer a sua existência com toda a beleza e plenitude do seu SER.


"Coração mistura amores. Tudo cabe."