segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

afinidades


No meu entender existe uma rede invisível que abraça gente cujas almas parecem irmãs.
Muitas vezes gente que nem conhecemos pessoalmente mas que transmitem na escrita um pouco de si, de seu universo afetivo, de sua identidade emocional.
E como bem disse Mario Quintana vestem nossas idéias que até então encontravam-se nuas.
De alguma maneira misteriosa atraímos gradativamente pessoas que vão nos acrescentando cada vez mais, e nos abrindo novas e novas portas, ampliando horizontes e vida.
Foi um pouco isso que senti quando li hoje a coluna da Eliane Brum na Época: "O perigo da história única".
Conforme lia, sorria com a semelhança de pensamentos e de experiencias com relação ao filme Preciosa. E me emocionava com a amplitude de um novo olhar e com o talento que lhe é peculiar.

"Desde muito cedo percebi que a trajetória de uma vida continha bem mais que os conflitos visíveis. Em parte, me transformei em uma contadora de histórias ao intuir que a forma como é contada uma vida pode significar a possibilidade dessa vida. Assim como pode determinar sua morte. O mundo é um palco onde se digladiam as versões - e o poder é usado para impor a história única como se fosse toda a verdade. Não só entre os países, mas na vida social e também dentro de casa. Compreender o poder da narrativa é o primeiro passo para construir uma vida que vale a pena. É também a chave para alcançar a complexidade - ou as várias versões - da vida do outro. "
"De certo modo, crescer é quebrar a sucessão de histórias únicas sobre a nossa existência."
"Se voce estiver atolado na vida porque lhe fizeram acreditar em uma única versão, reaja. Não acredite. Exercite a dúvida sobre si mesmo - e sobre o outro. Será que é assim mesmo? Será que isso é tudo que sou? Será que é só isso que posso ser? Tornar-se adulto é ter a coragem de se contar como alguém múltiplo e contraditório, um habitante do território das possibilidades."

Leia a crônica completa clicando na minha lista de blogs ao lado; vale a pena.

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"Coração mistura amores. Tudo cabe."