terça-feira, 2 de março de 2010

re-conhecimento


Eu tinha apenas 13 anos e fui ao cinema com algumas amigas da escola assistir um filme sobre a vida de Gandhi. Sempre havia estudado em colégio de freiras, só meninas. Católico mesmo, com aulas de religião e frequentes idas à capela. Todo o meu conhecimento até então, de vida e morte, céu e inferno, anjos e santos, pecados, culpas, confissão, sacramentos, enfim todo esse olhar era através destas lentes. Achei lindo o filme e me emocionei com a história daquele grande homem. Mas ao final, um grande texto foi passando pela telona e conforme meus olhos liam as palavras meu coração enchia-se de uma emoção libertadora, impactante e ao mesmo tempo me invadia uma imensa sensação de alívio e paz. Chorei como uma criança, até hoje essa lembrança me contagia. Este texto falava sobre algo que eu nunca ouvira dizer, sobre eternidade, sobre reencarnação, sobre o sentido evolutivo da alma em busca da perfeição.
E nunca alguma coisa fizera tanto sentido pra mim. Esse conhecimento estava lá, em estado bruto, sem ter sido pensado ou elaborado, até porque objetivamente inexistia até então para mim. (Na verdade, qualquer dia em que eu me aventure a escrever a minha história de vida, existe um episódio anterior a esse, mas muito mais pessoal, em que a verdade estava lá dentro, eu sabia, mas não sabia até que alguém me contou...Mas essa é mesmo uma outra história...)
RE-CONHECIMENTO. Alguém pensou, elaborou, escreveu ou registrou algo que voce sabia internamente, sem ter se dado conta. E acontece um link, um encaixe sob medida.
Estava lá, em estado bruto, primitivo. Como o diamante.

"Não se esqueça de agradecer todos os dias à vida, a Deus, ou a seja lá qual for a força em que você acredita."
Encontrei esse texto ao acaso. Da psicanalista Andrea Naccache.
Amor deixado ao pé da árvore
Há quem acredite que dizer "eu te amo" é um presente. Não é. "Eu te amo" é só o pacote.
Um veículo. Uma vez pronunciadas as palavras, é preciso ver com cuidado quem veio entregue no pacote, em quais condições. "Eu te amo" sugere muito cuidado.
Primeiro porque quem recua diante destas palavras saberá para sempre que perdeu algo. É fácil dar as costas sem saber o que perdeu, mas é também uma pena. Nem todo amor precisa virar namoro.
Mas "eu te amo" sugere cuidado, especialmente, porque aceitar um amor parece ser aceitar alguém. Grande engano. Quando o amado tem a curiosidade de aceitar o amor, cabe ao amante se apresentar. É hora de abrir o presente. Só depois o amado pode dizer se gostou.

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"Coração mistura amores. Tudo cabe."