A água esposa todos os obstáculos que vai encontrando, e adapta-se à eles.
O caráter próprio da inteligencia(intelligere:ler o real) é justamente adaptar-se ao real.
O real não tem de adaptar-se aos nossos pontos de vista, a nossas ideologias, a nossa grade de leitura. Pelo contrário, cabe a nós, incessantemente, adaptar-nos como a água se adapta aos rochedos da existencia, aliando-nos com aquilo que o real nos oferece para viver. A fluidez é uma verdadeira arte de viver!
Um coração fluido é um coração capaz de compartilhar nossas emoções: ficar triste quando estamos tristes, sentir alegria quando vivenciamos a alegria.
A felicidade é reencontrarmos em nós a capacidade para amar, porque tudo o que fazemos sem amor é tempo perdido, é feito em má hora, é uma infelicidade...Enquanto tudo o que fazemos com amor é a eternidade reencontrada, a boa hora reencontrada; desse modo, a felicidade nos é dada por acréscimo.
Amar...apesar de tudo!
Amar... apesar do medo, da ansiedade, da angústia, da incerteza.
Amar...apesar do passado, do futuro...apesar do presente.
Amar...apesar dos impasses, das dificuldades, dos problemas.
Amar...apesar das impossibilidades.
Amar...apesar do mal, da destruição, da ameaça, do coração de pedra.
Amar...apesar da separação, da indefinição.
Amar...apesar da sombra.
Amar...apesar do outro.
Amar...apesar de mim.
Amar...apesar de Deus.
Amar...
Hoje, mais do que nunca, amar.
Amar...a porta que dá acesso ao jardim.
(Jean-Yves Leloup)
Nenhum comentário:
Postar um comentário